segunda-feira, março 05, 2007

ERA UMA CASA, MUITO ENGRAÇADA.....!

Hoje quero falar da casa da minha infância!
Morava em uma cidade do interior de São Paulo, uma pequena cidade, hoje tem 27.000 habitantes, naquela época, não sei, mas era bem menos que isso, isso posso apostar.
A casa que eu crescí, isto é, o pouco que eu crescí, era uma casa toda feita de tábuas, tinha três quartos, sala, cozinha, banheiro? Esse não tinha, era mesmo uma casinha.
Não tinha água encanada, era poço.
Prá tomar banho, colocávamos água em um chuveiro do tipo de um balde, que tinha um chuveirinho em baixo.
O terreno, este era grande, tinha mais ou menos doze metros de frente, e de fundo, acho que mais ou menos uns cinquenta metros, ainda no final do terreno faz um 'L", com mais uns 3X20mts, enfim era bastante espaço.
Neste terreno, tínhamos tudo plantado, bananeiras, goiabas, manga, uva, que a sua parreira fazia sombra para o poço, e claro a horta, ninguém tinha o hábito de comprar verduras, todas as pessoas tinha sua própria horta.
Minha infância foi assim, brincadeiras na rua, andava pelos pastos colhendo frutas nativas, que ninguém plantava, nascia simplesmente, os pássaros se encarregavam de fazer o plantio.
Tirando o tempo que tinha de ir para a escola, isso depois que comecei a frequentar a escola, a minha vida foi só de brincadeiras e diversão, livre e solta como um pássaro.
Minha mãe saía bem cedinho para trabalhar, trabalhava na roça, nós ficávamos em casa, ela só voltava à noitinha, mas tenho certeza, que não tinha a preocupação que nós pais temos hoje.
Preocupação de deixar um filho sózinho em casa, porque sabemos que deixamos, mas não sabemos se encontramos.
A maldita violência, que mesmo antes de sairmos de um estarrecimento, vem outro pior.
Pobres crianças, que hoje não tem nem sombra da liberdade que eu tive, não podem brincar na rua, aliás não podem nem sair na rua, porque são vítimas de balas perdidas.
Semana passada foi a adolescente em S Paulo, que ficou paraplégica, hoje outra adolescente no Rio que perdeu a vida, voltando da creche, onde foi deixar a irmã mais nova, provalvemente para a mãe poder trabalhar e trazer o sustento para casa.
Com toda pobreza que fui criada, porém sem nunca nos faltar nada, estou convicta, que fui muito mais feliz.
O que os homens querem fazer da humanidade? Seus próprios irmãos?
Onde e quando isso vai parar?
Que pena!

11 comentários:

Anônimo disse...

ANNA, gostei muito da sua descrição da casa em que morou quando criança. É uma das coisas que jamais esqueceremos. Eu também tive essa felicidade de viver a infância e adolescência em cidade pequena,com quintal grande, nada de violência, verduras e frutas à vontade, estilingue, pipas, carros de rolamento e vai por aí.
Vai escrevendo, e um dia junta tudo, imprima e dê de presente para os filhos e netos. Eles adorarão, tenha certeza disso.
Abraços.

Sonho Meu disse...

Oi Ana,
Tambem vivi uma infncia e adolescencia privilegiada. Podia brinca na rua até tarde, subir nos umbuzeiros, brincar descalça, brincar de esconde esconde e nao ter um brinquedo. Morava em Recife(no centro) e na epoca era um paraiso...hj nem pensar. Brinquedo pra que brinquedo quando lá fora era a minha disneylandia.
bjos,
me

O Meu Jeito de Ser disse...

Pois é Adelino, a gente só pode pensar em tudo isso né?
Quando vemos as crianças hoje, grudadas em jogos e games e internet, e sei lá mais o que, só não tem liberdade, nem infância.
As memórias, ficam por conta deles.
Um abraço

O Meu Jeito de Ser disse...

Elena, o nosso mundo não tinha fronteiras.
Isso era muito bom!
Beijos

O Meu Jeito de Ser disse...

Ciça querida, tudo vem ao seu tempo.
Hoje, claro, não viveria como vivi, afinal já conhecí o conforto. Mas naquela época, não sentia falta de nada.
Era feliz, e o melhor, sabia que era feliz!
Beijos

Anônimo disse...

Eu tambem adoro recordar minha infancia, foi bom demais crescer com simplicidade, com brinquedos inventados... Bons tempos.
Aninha, vim agradecer pela participacao na Semana da Endometriose. Eu vou deixar ainda hoje, informacoes e opcoes para quem quiser participar da blogagem coletiva.
Um Beijo,

O Meu Jeito de Ser disse...

Ale, recordar também é adquirir conhecimentos, é pensar no passado, e corrigir os erros.
Vou lá ver as suas dicas.
beijos

Anônimo disse...

A vida na roça é assim sadia até hoje.As metrópoles é que destroem a pessoa, a alma e a esperança de mutia gente.

O Meu Jeito de Ser disse...

Pois é Magui, e há também a mudança de costumes né?
Hoje a televisão é responsável por muitas mudanças de hábitos, desde coisas boas, até as não tão boas.
Beijos

Anônimo disse...

Querida obrigada pela dica , sabe nem prcisava sabe pq? pessoas de luz como ele a gente sente no ar ne? Adorei conhecer vc viu querida estou linkando seu blog junto com meus amigos dai venho com mais facilidade aqui ne?
Olha só dia 11/03 é niver do lua em poemas te espero por la , pra podermos prosear muito.
bjs amada e um otimo dia!!!

Anônimo disse...

Oi Aninha,
tirando o banheiro que nós tinhamos, minha infancia foi muito parecida com a tua. Minha mãe trabalhava muito em casa tomando conta de criancas. Gosto muito de voce que não esconde a sua infancia. Aqui na Europa todos brasileiros que encontro foram filhos de gente " granfina" isso ou daquele, ainda não tive a honra de encontrar muitas que contam a verdade.
Beijos, fiz gargarejo e estou um pouco melhor, obrigada pela dica, a do Valter eu deixei de lado, não encontrei ingredientes para o chá.