domingo, março 25, 2007

DIFERENÇAS EXISTEM! FINAL


Bom, assim os anos se passaram.
Fácil? Não foi mesmo, mas Antonio e Zéfinha criaram seus filhos, estavam agora como eles diziam: formados.
Apesar da simplicidade dos dois, incentivaram os seus oito filhos a estudarem.
Já não trabalhavam mais. Viviam com relativo conforto. Antonio tinha conseguido se aposentar pelo Funrural, e ainda tinham toda assistência dos filhos, que faziam questão de não lhes deixar faltar nada.
Antonio já não tinha mais a saúde de outrora, mas estava ao lado de sua mulher que cuidava dele, como se dela estivesse cuidando.
Com a tranquilidade dos dias agora, a vida deles tinha mudado um pouco.
Zéfinha agora descobrira que gostava de fazer "safadeza" com seu amor, coisa que antes não tinha tempo nem disposição.
Só que Antonio não era mais o mesmo, os anos passaram e para ele também as coisas tinham mudado.
O seu "perú" já não era mais um perú, era na maior parte das vezes apenas um pintinho. Se desculpava com Zéfinha, que procurava deixá-lo à vontade. Dizia que era assim mesmo, que já não eram mais aqueles jovens. Mas ele não gostava nada disso. Queria fazer feliz a sua companheira.
Aos 59 anos de idade Antonio morreu, deixou sózinha a sua Zéfinha com 56 anos, que sofreu muito. É como se parte dela também tivesse ido embora, precisava reaprender a viver. Agora sem o seu "Antonho", como ela o chamava.
Os amigos para ajudá-la, levaram-na para frequentar um grupo de terceira idade. Ela gostou, com os novos amigos viajou, dançou, conheceu novos lugares, conheceu outros "Antonios e Josés", namorou, conheceu motéis, que nunca antes tinha visto de perto.
Casamento não queria mais, aprendeu a palavra "ficar", que já fazia parte do vocabulário de seus netos.
Haveria um dia de reencontrar seu amor Antonio, com os outros queria apenas se divertir e viver o que não tinha conseguido viver com seu amor, afinal seus relógios biológicos sempre estiveram em sentidos opostos. Tinha aprendido com "Antonho", que amor era diferente de prazer. Amor ela só tinha por ele, agora sexo podia fazer com qualquer um que lhe desse prazer.
Ele não haveria de se zangar com ela, afinal foi ele mesmo que ensinou à ela, que não poderia misturar as "coisas".
Andréia e Alex também continuaram suas vidinhas, na opinião deles, cada dia mais medíocre.
Os dois filhos já estavam morando fora de casa, faziam faculdade no interior do estado.
Andréia como tinha se acostumado, não deixou de trabalhar, embora já hoje, não necessitasse disso financeiramente.
Alex embora não fosse mais o mesmo também, continuava com suas investidas em "carne nova", como ele mesmo gostava de se referir.
Verdade, é que hoje eles estavam ainda mais distantes um do outro, apenas foram ficando juntos, sem nem mesmo eles saberem porquê. No início foi a desculpa dos filhos, depois pelo hábito a coisa foi se arrastando.
Felizes? Nunca foram.
Ela totalmente amargurada, ele frustrado, esse era o termo.
Neste sábado Andréia já avisou que vai trabalhar, então ele resolveu aceitar o convite do seu amigo Sérgio, que havia se separado de sua terceira mulher, para irem à um sítio.
O Sérgio vai levar a nova namorada e algumas amigas dela. Estava precsando disso, de "carne nova".
Foi, mas o final de semana não estava legal, no domingo resolveu voltar mais cedo, uma vez que não estava se divertindo. As meninas não eram lá essas coisas, ou pior, prá ele mesmo podia confessar: O seu "perú" tinha se transformado num pintinho, precisando das asas protetoras da galinha mãe. E a galinha mãe neste caso era a sua Andréia, sempre tão compreensiva.
Mesmo quando seu "perú" insistia em ser apenas um pintinho, ela entendia, e dela ele não tinha vergonha.
Ao chegar em casa, encontrou apenas um bilhete de Andréia, despedindo-se.
Foi ao encontro da felicidade que nunca teve ao lado de Alex. Disse no bilhete, que não queria ter deixado um bilhete, queria ter falado pessoalmente com ele, mas sabia a reposta. Na semana anterior havia tentado falar com ele das suas angústias, dos seus medos, da confusão de sentimentos. Mas, mais uma vez ele lhe respondeu: -Por favor, discutir relação, agora não.
Havia encontrado alguém que tinha disponibilidade para ouvi-la, tratava-a com carinho, e lhe dava o prazer na cama que seu marido nunca pôde lhe dar.
Também eles tinham seus relógios biológicos em sentidos opostos. Agora ela tinha disposição para o sexo, tinha desejos, que antes desconhecia, mas que pena, seu marido não pôde esperar por isso.
Diferenças? Não precisa nem procurar, elas estão aí, basta querer ve-las.

29 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente, muitas dessas mulheres descobrem o prazer na maturidade, mas seus homens, embora "pintinhos", preferem ciscar de "perus" e abrem suas asas pra pintainhas bem novinhas. Talvez por auto-afirmação, não sei. Nem quero saber. Já fui trocada por duas, com metade de minha idade... A história de repete.
beijo, menina

Anônimo disse...

E que diferenças nas histórias. De qualquer forma, ambas resolveram a vida. bjs

Divã de Noiva disse...

desculpe a ausencia;;;;lindos post...eu estou voltando aos pouquinhos...mais to de volta...bjs

O Meu Jeito de Ser disse...

Denise querida, a história se repete sim todos os dias.
Agora existe sim uma necessidade se auto firmar, embora eles muitas vezes não percebem que nessa fase de mudanças para eles, em que seus "perus" estão virando pintinhos, suas mulheres também estão em fase de mudanças.
Pena que na maioria das vezes, eles nem percebem, e acabam como Andréias e Alex.
Beijos querida.

O Meu Jeito de Ser disse...

Afonso, você foi perpiscaz, esse era o sentido, de mostrar também as diferenças nas histórias.
Agora como te disse no comentário do episódio anterior para que vc aguardasse, você bem que podia nos dizer como é o outro lado heim?
Um abraço

O Meu Jeito de Ser disse...

Eni, obrigada pela visita.
Que bom que está voltando. Vou lá te ver já.
beijos

Sonho Meu disse...

Ana,
Primeiramente adorei a nova arrumação que vc fez na sua casa. Nota dez!
"Segundamente"...o machismo ainda impera no Brasil. E todo esse quadro so vai mudar quando as mulheres se conscientizarem que diferença nenhuma existe. Quando duas pessoas se apaixonam e resolvem viver juntos é porque se completam, não é mesmo ? Entao por que procurar aventuras ? Tá tudo alí debaixo do teto..ele e ela.
Bjos,
me

Anônimo disse...

Maravilhoso desenrolar da história, Anna.
Duas mulheres que amaram mas não tiveram o amor completo.
Beijos

Anônimo disse...

Visão interessante a da querida Elena: "tudo está ali debaixo do teto, ele e ela". Fácil de enxergar... difícil de ver...
beijo,menina

Anônimo disse...

Aninha, tô conhecendo o q escreve agora. E como escreve! Já falei isso lá no Cyncity, e repito: a d o r o encontrar mulheres boas, êpa, boas não (!), maravilhosas no manejo da pena! Acho q vc supera a questão de gênero ao mesmo tempo q a traz embutida. Beijos.
PS esse post dá mesmo muito o q pensar.

Anônimo disse...

Sibila, que prazer recebe-la.
Já nos encontramos por aí.
Na verdade o que escrevo, são situações, ou vividas por mim, ou acompanhadas por mim, com muita proximidade.
Sou simples, e só falo essa língua, não sei coordenar as coisas de ficção, entende?
Agora o que eu disse, acho que antes de pensar, é legal avaliar, se esta situação não é nossa rotina, porque se for, é hora de mudar, de qualquer jeito, porque nenhum de nós quer ser infeliz, pelo contrário, toda nossa vida percorremos um só caminho. O da felicidade!
Beijos e volte sempre, terei muito prazer em recebe-la e bater um papinho.

Lord Broken Pottery disse...

Aninha,
Muito bem escrito. É bom quando a vida proporciona tempo suficiente para as coisas se arranjarem.
Beijão

Yvonne disse...

Aninha, ainda bem que eu redescobri o prazer do sexo com o meu parceiro de quase 25 anos. Foi doloroso, mas deu certo. A história foi muito legal. Beijocas já de volta.

O Meu Jeito de Ser disse...

Elena, realmente é tudo muito simples.
Se não está bom mais,é sódar um tchau, mas na realidade não é isso que acontece, as pessoas vão se machucando, as mulheres vão se tornando submissas e escravas das traições de seus parceiros, e achando que tudo istoé natural.
As vezes se tem tempo de reverter a situação, mas outras acontece como casos de Alex e Andréias.
Um beijo

O Meu Jeito de Ser disse...

Elena, realmente é tudo muito simples.
Se não está bom mais,é sódar um tchau, mas na realidade não é isso que acontece, as pessoas vão se machucando, as mulheres vão se tornando submissas e escravas das traições de seus parceiros, e achando que tudo istoé natural.
As vezes se tem tempo de reverter a situação, mas outras acontece como casos de Alex e Andréias.
Um beijo

O Meu Jeito de Ser disse...

Kith querida, é bem isso, duas mulheres que amaram, mas não souberam conduzir bem o seu amor.
Infelizmente é bem um exemplo da educação que recebemos, ou da formação.
Um beijo

O Meu Jeito de Ser disse...

Denise você tocou bem no ponto, difícil de ver.
Porque não interessa ver né?
Quando a água bate no traseiro, neguinho ceita até discutir a relação.
beijos

O Meu Jeito de Ser disse...

Certo Lord, é bom quando nós aproveitamos o tempo que a vida nos oferece todos os dias,para corrigirmos nossos erros.
Uma vida a dois bem vivida, é maravilhoso,pena que muitas vezes a gente joga tudo fora, e quando se dá conta, não há mais tempo.
Um beijo

O Meu Jeito de Ser disse...

Yvone querida, temos algumas semelhanças né?
Nós também soubemos e tivemos tempo de salvar algo que sempre foi tão bom, mas que estava a um passo de descer ralo abaixo.
Um beijo.

Anônimo disse...

São os desencontros que acontecem pela vida, não é ? Mas pelo menos as duas mulheres deram a volta por cima.
É interessante como você pode ficar tanto tempo com alguém e cada um viver num ritmo diferente do outro. Viver uma vida à parte do companheiro.
Vão ser duas pessoas sempre infelizes...
Gostei muito do conto, Aninha, melancólico e belo.
Beijos e uma boa semana.

Anônimo disse...

Essa situação é normal Aninha querida, o desfecho que infelizmente não é, poucas são as mulheres que partem em busca da felicidade, a maioria se condena a vida de frustração e tristeza...o mesmo digo dos homens que só lembram daquela que sempre lhe foi amiga quando "seu peru" virou pinto órfão...
linda semana Aninha querida
beijosssssss
*esperando noticias sobre o encontro,rsss

O Meu Jeito de Ser disse...

Cejúnior:
Veja bem que as diferenças existem tb nos dois casos, não só sexualmente.
Agora as pessoas se acostumam tb a serem infelizes.
Nos dois casos as mulheres queriam que fosse diferente, apenas não souberam lutar por isso.
Se todos experimentassem a mudança, e tivessem a certeza do quanto isso é bom,menos pessoas seriam infelizes.
É complicado né amigo?
Um beijo

O Meu Jeito de Ser disse...

Marcinha querida, as vezes dá tempo ne´?
Eu sempre digo isso, no casamento, como em tudo na vida, tem que se usar a inteligência,para a solução dos problemas.
Usando a inteligência, vc saberá se vale a pena mudar tudo, ou chutar tudo pro alto.
Beijinhos querida.


PS: A Denise está vendo tudo sobre o nosso encontro, será na Flip,só temos que ver alojamento. Ela tem amigos que faz reservas. Vamos nos falando.

Anônimo disse...

Eu,simplesmente,adoro estas histórias que vc nos proporciona,ANA.
O seu jeito de colocar as coisas é muito cativante e nos prende com aquele jeitinho gostoso de quero mais.
Sabedor que são histórias reais,vc faz,como ninguém,de uma forma muito especial e bonita.
Gostei muito.
Beijo grande!

Yvonne disse...

Aninha, apareci por aqui para ver se tinha novidade e parei para olhar mais atentamente a sua foto com o netinho. Caramba! Só agora me dei conta que vocês são quase gêmeos, rsrsrs. Beijocas

O Meu Jeito de Ser disse...

DO querido, falar do que a gente conhece bem, não é nada difícil né?
Não há risco de cair em contradição, nem de falar besteiras.
Sempre fui uma pessoa muito aberta às pessoas, por isso tenho tanto que contar, coisas que acumulei no decorrer da vida.
Sempre fui boa ouvinte, e não faltava quem me procurasse para fazer um desabafo.
Beijos

O Meu Jeito de Ser disse...

Yvone querida, você é muito meiga.
Meu pequeno está lindo, quase do tamanho da vovó, e faz questão de ficar medindo, só para dizer que ele está grande. Se encosta em mim, e já diz: vovó, vamos medir? E já diz para o vovô: Olha vovô, estou batendo no queixo da vovó.
É a minha alegria.
beijos querida.

Anônimo disse...

Para mim o fato da falta de conversacão ainda é pior que do sexo. Mesmo que o sexo saja fantastico se não existe ialogo o relacionamento é terrivel. Amei ler as histórias Aninha, ainda mais que no final parece que as duas encontraram o caminho da felicidade.
Beijos

Anônimo disse...

Magnífico texto. Aninha, tu arrassou! A vida tem dessas coisas estranhas, essas diferenças que existem. Na verdade, persistem. Por que será que a gente vai ficando apesar do acúmulo de sentimentos contrários, da irritação ao contemplar o rosto do outro, das tristezas acumuladas? As vezes, é pelos filhos; outras, por religiosidade; na maioria das vezes pela idade, o tempo que passou, os segredos compartilhados quando ainda eram casais enamorados. Não sei. No meu caso, fui embora. Larguei tudo lá e descobri que as diferenças que existem em relação a uma, persistem em relação a outras. Quebrei tanto a cara, que depois de mais duas experiências amargas, achei melhor ficar bem quietinho no meu canto. Mas vejo com alegria aqueles que deram certo e souberam viver um amor legal que perdura no tempo e se renova a cada dia. Conheço gente assim. Lindo post, Aninha!Abraços, Mário.