Recebí do amigo Mário, um comentário, em forma de análise dos comportamentos dos dois últimos casos que achei muito interessante, e resolvi mostrar aqui:
Pois bem, o terceiro caso de certa forma segue um pouco a linha de pensamento do Mário.
Cito o caso de Edna e Tarcísio, que são íntimos e conheço bem a história , mas é a história de muitos casais, creio que a maioria. Sempre que converso com as pessoas, percebo que casos como de Edna são os mais comuns.
Eles estão casados há 44 anos, o que existe entre eles já há alguns anos, é apenas carinho.
Ela passou toda sua vida esperando que o marido "sossegasse" o facho, como ela diz.
Nunca gostou do sexo, sempre amou o marido, fechou os olhos para não ver as inúmeras puladas de cerca de Tarcísio, e esperou... Esperou, e hoje se diz feliz, porque o marido está mais tranquilo hoje, já não a trai mais, portanto é só dela.
Fico pensando então, nas diferenças, nas mudanças. Algumas mulheres despertam para o sexo, umas mais cedo, outras mais tardiamente, outras morrem sem descobrir o gosto de um bom envolvimento com seu parceiro.
Eu particularmente credito isso à educação que tivemos. Mulheres não foram criadas para terem prazer, mas apenas para servir.
Servir sempre.
Se casada, servir ao marido, se prostituta servir ao macho que a procura, sem rosto, sem nome, sem nada, apenas servir.
Conheço mulheres que confessam, nunca tiveram coragem de se tocar, de se masturbar.
Qualquer contato físico consigo, bloqueia.
Mas também conheço homens que mudaram o curso da história de vida deles, com carinho, amor e compreensão, foi despertando na companheira, a vontade de viver o novo, de trilhar por um outro caminho, que não fosse aquele da obtusidade. Mostrou que há muito a ser descoberto, e que essas descobertas muitas vezes são valiosas.
E todas as pessoas deveriam ter o privilégio e o direito de conhecer tudo, de procurar uma mudança, acho que nisso reside a felidade também.
"Aninha: interessante o paralelo que você traça entre dois casais. Olga e Carlos amadureceram e se adaptaram; Dalva e Luís escolheram caminhos semelhantes em momentos distintos. Faz pensar a respeito do móvel dessas ações. A meu ver: Olga e Carlos se amam; Dalva e Luís se suportam.
Via de regra concebemos a satisfação sexual como o forte atrativo de outra relação mais importante: a união de duas pessoas sob o mesmo teto. O mundo prega isso a todo instante. Defende a insaciável busca pelo prazer pleno. Será mesmo assim?
Por instantes, veja com os meus olhos. Dalva nunca amou verdadeiramente a Luís, criou um vínculo de aparência e suportou a necessidade sexual dele, tal qual aprendera em casa. Um dia despertou para o mundo, já livre das obrigações domésticas que a amarravam aos protocolos. Notou-se mulher, perfumou-se, admirou-se ao constatar sua potencialidade em beleza física e deu aquele trato na embalagem. Para não violar o ensinamento materno, buscou primeiro a satisfação sexual junto ao esposo. Percebeu que ele realmente não a desejava. Olhou ao redor e descobriu quem a desejava como mulher, sem vínculos, por óbvio. Mais uma vez sem amor porque amar não faz parte do modus operandi da mente dela. Sentiu prazer. Gostou. Manteve-se assim. Dupla felicidade: tesão e vingança desferida diretamente contra o marido que sempre a traiu descaradamente. Interessante.
Já o casal Olga e Carlos estão mergulhados em outro universo. Conhecem o amor, a vida não lhes deu muita trégua, como, aliás, nunca dá àqueles que não dispõem de posses materiais imediatas e trabalham para alcançarem alguma estabilidade financeira. No entanto, amor sempre existiu.
Questão básica: qual o objetivo do "casamento"? Satisfação sexual absoluta ou todos aqueles fatores que se associam, inclusive o sexo, tornando duas pessoas tão intimas a ponto de serem indispensáveis uma a outra?
Minha opinião? O corpo amadurece, a pele enruga, o desejo sexual pode arrefecer primeiro em um dos dois, as vezes, contrapondo-se à aceleração do desejo que afeta ao outro. Pensando assim, concluo que casar é mais do que transar. Onde não há empatia verdadeira, companheirismo e solidariedade recíproca não existe casamento efetivo.
Era exatamente neste ponto da minha percepção pessoal que eu pegava a minha malinha e caía fora...rs. Viver uma farsa? Não para mim.
Casamento é comunhão alcançada dentre as inúmeras divergências que marcam os indivíduos. Menos que isso não vale a pena.
É a minha opinião.
Abraços, minha amiga."