Quatro em cada dez paulistanos dão trocados nos
semáforos. Os pedintes arrecadam 2 milhões de reais
por mês. Em dezembro, esse valor cresce 30%
Janaína, 8 anos recém-completados, brinca com um bebê de brinquedo que, como ela, está cheio de fuligem e com as roupas carcomidas. Seu playground é a calçada da Rua Amauri, no Itaim Bibi.
A garota, sua irmã um ano mais velha e dois primos trabalham ali de segunda a domingo, das 10 da manhã às 7 da noite, pedindo moedinhas aos motoristas que passam apressados.
Janaína diz que "nem liga" de ficar tanto tempo na rua. Enquanto não está esmolando ou brincando com Dadá, sua boneca, ela pensa no presente que poderá ganhar de Natal.
"Quero um relógio cor-de-rosa ou uma bicicleta", diz ela. "Minha mãe falou que, se eu conseguir bastante moeda no farol, ela me dá."
A mãe da menina sorri e complementa. "Se Deus quiser, o Natal vai ser bom." Desempregada, Jacira de Souza, 35 anos, faz as mesmas promessas desde 2003, quando começou a levar suas filhas e seus sobrinhos para pedir dinheiro nos semáforos.
Só esmola no período de festas, quando os paulistanos, acometidos de bons sentimentos natalinos, costumam ficar mais caridosos. Com o que recebe, ela ajuda seu marido, também desempregado, no orçamento da casa de três cômodos na região de São Mateus, na Zona Leste.
Texto daqui.
Confesso que isso dá uma tristeza, uma certeza que nosso país não terá solução.
Essas crianças, são os futuros jovens fadados à morrer nas mãos de bandidos ou da polícia.
Enquanto não houver trabalho, para que pessoas consigam dignamente criar e educar seus filhos, para que possam mandar seus filhos para a escola, esse é o quadro triste que vemos com clareza diante de nós.
A Denise fez hoje um post legal sobre a pena de morte, ou de vida. Vale a pena ler.
35 comentários:
Li o texto da denise e gostei muito.
Essa situacao nos semaforos eh realmente desconfortavel. Quero ajudar porque sei que a vida nao eh facil para quem nao tem trabalho e dinheiro. Por um outro lado sei que isso eh uma solucao apenas temporaria e acaba por fazer as coisas ainda piores a longo prazo. O que fazer ? Nunca sei o que eh certo... meu coracao doa as moedinhas mas ao mesmo tempo sei qe isso nao esta certo.
beijos
Lys
Coisa muito séria isso. Problema social com o qual todos deveriam vestir a camiseta e buscar soluções.
Se tem coisa que me dói é ver criancinha na rua. Um dia vira marginal e a mercê de drogas.
Uma vez fizeram campanha aqui para tirar as crianças das ruas. Pediam que não se desse esmola, seriam levadas para abrigos e escolas, etc. Nada aconteceu... não resolveram a fonte do problema...
Diz um ditado para não dar o peixe mas ensinar a pescar. Eu acredito em educação, mas a confusão do nosso sistema social é tão grande que só educar já não resolve.
Meu conhecimento é pequeno, tem gente especialista nesta área que parece não encontrar a solução...
(eita falação cummmprida)
beijoca Aninha
Aninha, mandei email pra você! Vai lá! Vou ler teu post e comento já, já.
Ah, desculpe o WP que comeu seu comentário. Não sei o que aconteceu.
beijo, menina
Voltei! Li o post e concordo com você: também tenho esta sensação de impotência, de que não há jeito, que a solução seria a erradicação da pobreza, da miséria, do desemprego. Parece uma impossibilidade, né mesmo! E é como eu disse lá no post, esses meninos já estão condenados a viver estigmatizados.Não dou mais moedas. Antes eu dava, mas, um dia, ao se aproximar do carro para pegar o dinheiro, o garoto puxou meu cordão do pescoço, me deu um susto daqueles e me tornou uma pessoa descrente, pois nunca sei se quem está no farol é alguém carente ou se é um "marginal" pra nos assaltar. É difícil.
Obrigada pelo link!
beijo, menina
Tinha passado lá na Denise e até comentei que falam em pena de morte, mas esses meninos já estão condenados, de qualquer maneira...
Será esse o único futuro que o Brasil pode oferecer a essas crianças ?
Estamos num momento muito triste mesmo.
Um beijo.
Oi Aninha, td bem? Realmente o governo pdia dar uma atenção há mais pra esse problema que só cresce ao invés de se preocuparem com o aumento do próprio salário... e pior que esse pessoal da rua engravida com a maior facilidade, conclusão: mais crianças na rua pedindo esmolas...
beijos
Grazy... :)
Uma criança fora da escola (que não é lá essas coisas, diga-se de passagem) é uma séria canditada ao banditismo!
Voltei. Tem post lá no "Diário".
Beijos
Aninha, é muuuuuuuuuuuuito triste mesmo esta situação. sabe no fundo eu acho que quando damos a esmola estamos " comprando" a nossa absolvição, sabe...algo pra diminuir a nossa culpa. Culpa de estar numa situação melhor, ver os outros sofrendo ali e não fazer nada para que aquilo mude. Eu tento fazer, mas tb acho que todos sempre podemos fazer mais..
bjos!
Pois é Lys querida, aí está o problma, não sabemos como agir.
Verdade, se alguém me pede, principalmente uma criança, fico com o coração apertado se não tenho prá dar.
Mas nós não temos a solução,é preciso emprego para os pais, e isso está fora do nosso alcance.
Um beijo linda.
Clarice meu bem, é exatamente isso que dói, ver uma criança com fome, passando necessidade, não dá prá suportar, porque levamos a coisa para o nosso lado pessoal, fazemos qualquer oisa nesse mundo, para não faltar nada aos nossos, e aí.
Mas onde está a solução?
Um beijo querida, outro prá Jasmim.
Denise, ainda sentimos essa junção de piedade e revolta, pois no fundo sabemos que muitos desses já se habituaram a isso, e não querem mudanças.
Um beijo.
Cejúnior, o mais triste, é exatamente não vermos saída.
Sabe o que sinto, é que aquela forma de educar que nossos pais tinham,já não existe mais.
Minha mãe sempre dizia, jamais escolha tipo de trabalho se precisa comer, o importante é ser digno, o seu sustento depende do seu trabalho.
Sei lá.
Um beijo
GHrazy querida, vira um círculo vicioso né?
Mais crianças, mais fome, mais necessidades, e a coisa vai cada dia mais pro buraco.
Um beijo menina.
Kith,pensamos da mesma forma. A saída ainda é a educação.
Já fui.
Um beijo
É bem por aí Renata, sentimos culpa, por não nos faltar nada, nem a nós nem aos nossos pequenos.
E nos dói ve-los sofrendo.
Um beijo.
Aninha, você está certa. São vítimas da irresponsabilidade, da ganância, da falta de políticas voltadas para a empregabilidade.
São os órgãos do país que, mesmo tendo pais, não terão nunca a oportunidade de ser cidadãos.
Excelente o seu post.
beijos
Aninha, querida, já cumpri o dever de casa. Obrigado, amiga.
É uma situação muito triste essa. bjs
Saramar, e vemos que a coisa se alastra mais que ervas daninhas.
A cadadia vemos mais e mais crianças sofrendo, pedindo, se humilhando.
Um beijo
Obrigada Mário, você foi muito gentil, como sempre.
Já fui lá.
Um beijo
Afonso, e não vemos solução né?
Um beijo
Aninha,
acho esse um dos assuntos mais terríveis , mais tocantes, situação gritante, diária - uma dor, acredito, para a maioria de nós q vivemos nas grandes cidades. (Se bem q a gente vê cada carrão ou carrinho cujos donos - uma máquinas - ñ tão nem aí, se fingem de morto ou olham c/ certo asco e desprezo). Sei q é um tanto hipócrita, mas mtas vezes deixo um trocado por ali. Ainda penso q através da profissão (esse atualmente imbroglio na minha vida!) possa contribuir com algo. Beijos querida!
Ana,
Desde que nascí o país vive o mesmo tipo de problema...pobreza,miséria, desemprego e agora mais que nunca,com o problema das drogas... será que tem jeito? Por que o resto do mundo consegue encontrar o seu rumo e Brasil não? O que tá errado conosco?
bjos,
me
Aninha,
Quando essas coisas acontecem com crianças, ainda é mais triste.
Beijo
Aninha minha querida,
a miséria em nosso país é triste demais, essas crianças deveriam estar na escola, estudando, garantindo alguma chance no futuro. Mesmo que pequena. Os pais desempregados pelo visto empregaram seus filhos e vivem as custas deles, porque eles não vão para os semaforos... certamente eles pensam que seus filhos irão comover um maior numero de pessoas a doas moedinhas. Eu nao sei quem tem mais culpa: se os pais ou se essa injustiça social vergonhosa em que vivemos.
Vou passar lá no blog da Denise.
beijão minha linda
Ahhhh... e toda sorte do mundo com seus tricôs tá, bençãos de Deus, excelentes vendas pra vc.
Fato lastimável. Mas certamente continuaremos a ver mais e mais crianças fazendo isso. Não há interesse em mudar a forma como o sistema no Brasil trabalha.
Grande abraço ..
Anninha,
Tava com saudade do seu jeito de ser!!!!
Seria tão bom se a gente só pudesse falar de coisas boas, mas infelizmente, a triste realidade está por todo o lado.
Dá até desânimo!!!
beijo, Vivi Amorim
Sibila meu bem, sei que você consegue visualizar bem essa situação aí nessa louca cidade de S Paulo, louca mas necessária.
Na verdade o que sentimos é um pouco uma divisão de sentimentos. Temos muita pena, mas ao mesmo tempo sabemos que alí também há muita gente que não quer nem ouvir falar em mudar de vida.
Alí também há muita exploração de adultos com relação às crianças.
Sabemos de tudo isso, agora se ntivesse trabalho para todos, ninguém precisaria dar esmolas, portanto não haveria pedintes, mas como isso é coisa rara, e instalou-se a máxima, que melhor pedir que roubar, aí não conseguimos visualizar um panorama mais bonito.
Sei lá.
Um beijo querida.
Elena querida, as vezes não dá um cansaço tremendo?
Não nos passa a impressão que somos casos perdidos?
Penso muito no meu neto, ou netos, como será?
Beijos
Pois é Lord, se fossem só adultos, era mais fácil.
Mesmo porque um adulto, com sua independência tem que se virar, mas criança? Isso dói.
Quando vejo o meu, que nos juntamos, pais, avós dos dois lados, madrinha, tia, tios, ninguém quer que lhe falte nada.
Dentro de nossa limitações, estamos criando um garoto saudável, educado. Meu Deus, custa tão pouco.
Um beijo
Anne querida, penso assim, que gente safada sempre terá. Vai haver sempre aqueles que exploram seus filhos.
Mas também quando olhamos a miséria em que vivem, é uma saída que encontram, para não deixar morrer um filho de fome, o esmolar.
Acho isso deprimente e sofredor.
Um beijo.
Obrigada linda, só estou esperando que o frio venha, aqui está difícil viu?
Ítalo, e isso é revoltante né?
Crianças tem a delicadeza e a ternura nas entranhas. E isso serve para usar de maneira errada.
É uma pena.
Um beijo
Vivi querida, temos que falar da realidade também né?
E ela é tão cruel.
Beijos querida.
Um problema seríssimo que cresce a cada dia, triste realidade que parece não ter solução imediata, muitos adultos fazem uso da criança para tirar seu sustento e até se acomodam nessa situação.
Difícil né Aninha?
Feliz findi minha flor, pra todos aí
beijosssssssssss
Já cansei de ver isto, tenho pena.
Mas fazer o quê?
Bom final de semana minha linda.
Beijos.
Postar um comentário