O comentário:
Teve uma época de nossa vida, que estávamos no maior sufoco. Eu e o Valter desempregados, os três meninos pequenos.
O meu último emprego na ocasião, era de auxiliar de DP, hoje RH, aquele não existe mais.
Tinha tido meu quarto filho há alguns meses, a Olivia, que nós a perdemos, e estava desempregada.
Pois bem, sem emprego, fui trabalhar de empregada doméstica, na casa de uma madame. Os meninos precisavam comer.
Ela era professora, dava aulas, e só chegava em casa por volta das 13horas, eu que tinha me levantado às 5hs., nessa hora, já estava morrendo de fome.
Pois bem, ela chegava, preparava o almoço, levava à mesa. Todos da família se sentavam, almoçavam, e só depois, que todos haviam comido, ela fazia meu prato, levava na cozinha, onde não tinha mesa nem cadeira, eu comia em pé encostada na pia. Comia o que havia sobrado. Claro que sempre sobrava o suficiente, mas era a sobra.
Eu não era uma empregada qualquer, porque logo depois do almoço, ela saía para suas obras de "caridade", que madame gosta de fazer, e eu, como tinha um pouco de cultura, ia ajudar seus dois filhos nas lições de casa.
Por causa da necessidade, não falei nada em casa, por uma semana, porque assim que falei, o Valter não me deixou ir mais lá. Palavras dele: mesmo que eu precise pedir esmolas, voce não será mais humilhada assim.
Este exemplo é apenas para pensarmos: não estou excluindo meu empregado, obrigando-o a usar o elevador de serviços?
Não estou permitindo que meu filho ache graça do coleguinha gordo?
E outros mil exemplos mais.
Percebe Lord, como pessoas que lêem, que estudam, que têem cultura, têm enraigado a discrimanação?
Dá prá pensar!
Aninha,
Talvez eu ande insistindo muito no tema mas considero discriminação a manifestação mais abjeta da falta de educação. Não consigo aceitar que alguém que leia, estude, seja sensível, admita o preconceito.
Beijão