No dia 26 de junho de 1976, há exatos 31 anos, começamos a escrever a nossa história.
Foi o dia em que eu e o Valter nos conhecemos.
Começamos aí a escrever uma história de lutas, de sobrevivência, de prover a vida dos filhos que optamos por ter.
Uma história de sonhos, de dias felizes, outros nem tão felizes.
Enfim, uma história de vida.
Vou publicar aqui uma carta que recebi do bem, há dezessete anos atrás, ainda a tenho, em papel amarelado pelo tempo, escrita em folhas de caderno.
Só não vou mostrar porque não temos disponibilidade de scanner aqui. Mas ele publicou no ano passado no blog dele, no dia internacional da mulher. Portanto, creio que ele não vai se importar.
Alguns amigos comuns, até já conhecem o conteúdo da carta, amigos que já visitavam o blog dele.
A carta:
HOMENAGEM Á MINHA ESPOSA
Meu amor:
Meu desejo é que ao ler esta carta esteja tudo bem com você.Comigo tudo vai bem.Os Obstáculos aparecem e se vão e eu apenas convivo com eles. Fico pensando como encaixar você entre eles e a minha estória pessoal.
Se eu fosse analisar minha existência do ângulo cósmico refletindo o pensamento que somos administradores do patrimônio divino, creio que há dezesseis anos passados o Senhor me confiou no seu conta-corrente através de um lançamento como segue:
De Existência Divina
A VALTER
Entregue nesta data p/Administração, crescimento e evolução pessoal,
Um espécime denominado ANA p/beneficiamento e posterior devolução.
Puxa vida, quanta responsabilidade! Tomar conta de um bem precioso e que além de tudo não é de minha propriedade... E olhe que o proprietário é um senhor muito severo que tomará um dia as minhas contas e auditará rigorosamente. Como diz na Bíblia, naquela passagem do homem que recebeu seis talentos das mãos de um senhor muito rico e poderoso e num certo momento ele diz que tem medo de administrar os talentos, pois o senhor colhe aquilo que não plantou... É mais ou menos assim.
É assim que olho todos os dias para você e me pergunto: será que estou cuidando certo do bem que me foi confiado? E se o Homem chegar e pedir contas do que tenho feito? Será que passa? Você sabe, cuidar do patrimônio de outra pessoa não é fácil, mas...
Mas, me fale de você. O quê se passa na sua cabeça? Tem coisas que eu nunca vou saber por que as pessoas são como livros fechados na estante, só sabemos um pouco do quê contém, quando folheamos suas páginas amareladas pelo tempo.
Bom, eu estou aqui. Como diz na música, o seu sapato velho está aqui, sob a cama, ao alcance da tua mão, para num dia frio aquecer os teus pés, se você me quizer.
Às vezes quero te dizer tantas coisas, mas por não saber o quê, passeio vagarosamente os olhos pelo ambiente e encontro a paz no silêncio submisso dos teus. Às vezes meus lábios pronunciam coisas que meu cérebro não ditou e quando menos espero, já falei.E encontram eco nos seus ouvidos calados, nesse olhar sem ousadia que eu confundo com obediência, mas é rebeldia. O seu silêncio(calado e contido) é o grito de revolta que me coloca de volta ao meu lugar.
Não re3conheço esse cara que me olha do espelho com olhos miúdos e rápidos, com sabedoria sem a avidez de quando a conheci, mas se você me quizer eu aqueço o frio dos teus pés.
Ah que bom
Seria se eu pudesse te abraçar
Uma vida a dois não é fácil, todos nó sabemos disso. Mas o importante é usarmos todo nosso esforço, toda nossa energia, no intuito de traçar uma convivência gostosa, com carinho, com amor, dedicação e respeito.
Hoje depois de trinta e um anos, o maior prêmio é a certeza do amor que sinto por ele.
E ver que o amor e o carinho é recíproco.
É gostoso ver um comentário dele hoje num post meu, como esse que ele postou no dia 20 de junho:
More,
depende muito.
Por exemplo, responder questionários como esse mnão me deixa nada feliz. Já o resto, nem sempre.
Viu? pela sua ótica, tenho que melhorar e muito.
Ah! em tempo: vc me deixa muito feliz!
Beijo
Nos conhecemos e cinco meses depois nos casamos, no dia 4 de dezembro de 1976.
Foi um período curto de namoro, mas que valeu a pena, porque ainda hoje reafirmamos que faríamos tudo de novo.
Amor, você fou um Juliano, porém eu não fui uma Luana.
Se alguém quiser saber sobre o caso Juliano/Luana, pode acessar o blog dele, com o post do dia 21 de junho que vai entender. É um post que acabou virando post coletivo, lá tem todas as indicações dos participantes, que vão falar, cada um do seu ponto de vista, o quase amor de Juliano e Luana
Parabéns à nós dois. Nós merecemos.
Eu te amo!